Peça/livro "Navalha na Carne", de Plínio Marcos (1967)

A peça, de Plínio Marcos, se passa em um quarto de bordel, onde a prostituta Neusa Sueli, o cafetão Vado e o homossexual Veludo, empregado do estabelecimento, encarnam a existência subumana e marginalizada. A montagem, proibida pela Censura, na sequência ganha repercussão no Rio de Janeiro, dirigida por Fauzi Arap e trazendo Tônia Carrero no papel feminino. 

Retrato naturalista do submundo brasileiro em que as gírias, a violência das relações humanas, a situação opressora e a luta de cada personagem constroem um quadro cuja dramaticidade sobrevive ao tempo, Navalha na Carne é a obra mais encenada do dramaturgo, ao lado de Dois Perdidos Numa Noite Suja

A peça pode ser vista como metáfora dos mecanismos de poder entre as classes sociais brasileiras, uma vez que as personagens, embora pertençam ao mesmo estrato social, se dedicam a uma contínua disputa pelo domínio sobre o outro. Nessa disputa, as personagens vão da força física à chantagem pela autopiedade, da sedução à humilhação, da aliança provisória entre dois na tentativa de isolar o terceiro, mas a possibilidade de juntar suas forças para lutar contra a situação que os oprime nunca é cogitada.


Saiba mais: https://www.concerto.com.br/textos/critica/violencia-e-silencio-em-navalha-na-carne-e-homens-de-papel


Livro: https://pdfcoffee.com/navalha-na-carne-pdf-free.html

Adaptação da peça: https://www.youtube.com/watch?v=oUstPgHlbU8

Adaptação em formato ópera: https://www.youtube.com/watch?v=AgWunZ6ZGss